sábado, 27 de setembro de 2014

But I'm not the only one.

    Bloqueio, total. E não olhar mais pra trás. Passos necessários pra não sufocar. Não é pra entender, nunca foi pra ser entendido, eu sempre soube. Uma busca incansável, insaciável, por momentos e coisas e pessoas e respostas, mas mais perguntas. Querer, poder, não fazer. Se aprende, é fácil até. "Isso não pode, é proibido", "Tu não consegue", "Não faz mais isso, é feio", "Que vergonha"... Frases feitas, ditas, marcadas. Abaixo de tudo, ok. Um empurrão, pra cima, uma única vez. Pode ser?
    E depois de tanto, de tudo, algo muda. O empurrão, ele chegou. Bem vindo, você em forma de pessoa. Ou não. Dos enigmas mais misteriosos, das perguntas sem respostas. Mais uma pra lista: Por que agora? Comigo? Espera um pouco... Acorda.
      É bom, sempre bom sonhar, não? Dos sonhos mais bonitos esse existiu, ou existe, ou vai existir. Mais perguntas. E mais... E mais.

All I want.

   Eu sei que às vezes é estranho, às vezes fica bem estranho seguir teus passos. Às vezes preferia ter sido só aquele sonho, mais um dos sonhos estranhos. Das montanhas russas, várias, altas, baixas, as de dentro mexem mais. E são letras e falas e sons, todos levam ao mesmo lugar. Na confusão de tudo aquilo que acontece existe uma ordem, e presta atenção na ordem em que o caminho segue. Das pedras, das rosas, dos sentidos. Se tudo isso foi pra acontecer, se tudo isso é realmente verdade. Não é a coerência que guia, que quer algo. Uma confusão totalmente minha, de perdas e vitórias e mais confusões. Me encontra e me mantém de pé. No espelho daquilo que eu quero ver, cada dia mais vejo menos. Num pedido desesperado de ajuda, mudo, espero que nos gestos vejo a solução. E numa noite, num despertar, me encontra e me traz de volta. Ou, talvez, me conforta. Um pouco menos às vezes é melhor.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

And then you smile at me and I'll forget everything I said.

     Os sorrisos, ah, os sorrisos. Sempre tive uma queda por eles, desde os tímidos, que me encontram no meio do caminho pra faculdade, sete e quinze da manhã, aos que se perdem no meu olhar, três e trinta e dois da madrugada, numa festa qualquer. Sempre sorri demais, distribuindo meus muitos, nem sempre tão expressivos e sinceros, sorrisos. Dos mais belos encontrei alguns que nunca vou esquecer, daqueles que vem cheios de história pra contar e o olhar perdido, incoerente com tal felicidade que deveria estar ali. No topo de tantos posso contar dois, que em segredo derretem tudo aquilo que existe dentro de mim. Anônimos, incondicionalmente. Das pernas tremerem e do 'sim' sair fácil da boca. Sim, eu aceito. Sim, sim, sim. Sem dúvidas, sim. E de tantos sorrisos matutinos, noturnos, incansáveis e incoerentes, distribuo o meu, que disfarça tantas histórias sem sorrisos, esperando que, por alguma razão, algum dia, alguém desvende tamanha interrogação.
   O que sempre me chamou atenção no beijo não são eles em si, é aquele sorriso de canto de boca que surge, depois de abrir os olhos, encostar o nariz e perceber que a pessoa não foi embora, ainda. Sorrisos conquistados sempre me chamaram muito mais atenção.

domingo, 7 de setembro de 2014

And I love her.

Tu nunca foi embora. Lembro da chuva na rede, tuas pernas entrelaçando as minhas e as tuas músicas preferidas de fundo. Lembro do teu sorriso parando a minha respiração, porque o teu sorriso, ele parava cada parte de mim. Teus cabelos sempre bagunçados, jogados pra todo lado. Teu cheiro só teu de rosas, flores e paixão por viver. Tuas receitas tão tuas, cheias de tudo e tão feitas com a tua vontade. Teus pensamentos desorganizados, tua loucura não controlada. Tua fala contida, tua voz sempre doce e calma. Teus gestos desastrados, derrubando coisas e me derrubando por inteiro. Os diálogos malucos sobre pessoas aleatórias que tu fazia questão de me contar detalhes e eu ouvia, porque qualquer coisa dita por ti tinha importância, até a lista do supermercado ficava mais bonita na tua voz. E todo mundo via, sabia, e eu te queria. E tu foi a que mais quis toda a bagunça que eu tenho pra oferecer. Nas minhas contas já foram quatro anos, quantos faltam pra tu me deixar realmente viver? Fecho os olhos e lembro da tua respiração e do teu olhar, das tuas brincadeiras. Mas eu não quero lembrar. Levou parte de mim e essa nunca vai voltar. Uma pessoa só, dois caminhos diferentes. Torna-se hábito viver longe de um pedaço da gente.

Always in the night.

O conforto de amor, daquele sorriso inesperado. O conforto do carinho, de se sentir bem. Esses vem do abraço sem querer, inocente. Sem remetente fixo, sem intenção ou só por prazer. Naqueles olhares soltos, que te encontram numa tarde nublada, num domingo perdido. No momento exato de não se estar mais ali e voltar, voltar pra um eixo que nem mais teu é. E na segunda o sufoco te puxa pelos cabelos e te enjaula, esvazia. Nas melodias de um estranho conhecido tu sabe onde ser feliz. Marchar dia após dia e em frente, a estrada segue longa e cheia de curvas e lombas e mistérios. Vais te perder de novo? Já te perdeste? Sentir lá dentro algo sem sentido é o que faz valer a pena. Uma paixão perdida na tua vida que te tirou a direção. Paixão não, o amor da tua vida. Olhos castanhos, ombros marcados. Cheiro de lar. Na falta de algo que mal se lembra tá guardado o que nunca foi esquecido. E fez parte, e sempre vai fazer parte. Um dia tu volta e tira tudo do lugar. Me coloca no meu lugar. Porque "a tua loucura combina com a minha" e isso ninguém vai entender. Foi, de tão longe, o mais perto paraíso que naveguei.

I'm afraid.

Ninguém enxerga igual, não vê o abismo das emoções. Te pega num dia meio ruim, te balança dos pés a cabeça. Te bagunça. Tem sentimento que não se explica e que dói, de forma inexplicável. Tu pensa e pensa e pensa e só quer pensar um pouco menos, menos vezes. E tu te esforça pra ser sempre o que pode de melhor ser, e tu é, mas tu anula todas tuas chances de ser feliz. Escolha própria sempre aperta mais o peito. Quero poder te olhar no fundo dos olhos e dizer "Menina volta, tu pode ser tão melhor.", tarde demais. E tu pensa na falta que a tua presença não faz, no silêncio que a tua voz não ocupa e tu só quer um final, logo. Porque tu vê coragem onde não tem e tu vive teu medo intensamente como quem precisa ser menos pra estar onde esta. E tu não sabe evitar ser assim e tu odeio ser assim. Ser assim, tão tu. Tá tudo errado, tu tá errada. Tu é o erro. Pontos finais sempre me chamaram a atenção.

domingo, 31 de agosto de 2014

It's all understood.

De quantos arrependimentos dá pra se viver? Pausa nas contas pra não se enlouquecer. Saber o exato momento que coisas erradas estão sendo feitas e mesmo assim fazer, por puro prazer em te castigar. Depois acorda, lava o rosto, junta os restos e pensa "De novo? Pra quê?" e menos um amor, menos um carinho. E sem fim, menos. Autodestruição. Desde sempre e pra sempre, inevitavelmente. Saber ou não o destino não interessa, o caminho que firma os pés no chão. E flutuando numa série de suposições e mentiras, algumas ilusões e um pouco mais. Quando os pés voltam ao chão... Ah, tarde demais. Afastar amores, desejos e objetivos. Afastar de ti. Objetivo cumprido, capitão. Fomos tão longe pra morrer na praia mais uma vez. Porque o amor, os amores, todas as coisas, são frágeis, e um passo em falso deixa tudo pra trás. Mas o quebra-cabeça sempre volta a ser montado depois de desfeito. Peça por peça, das mil e tantas que vem na caixa. É tanta peça pra encaixar quando na verdade a peça principal já foi perdida. Siga em frente, soldado. Sempre pra frente. E se olhar pra trás, ignoremos tudo. A peça principal só gostaria de voltar e completar o mais bonito e bem montado quebra-cabeça. Mas perder faz parte. Sigamos, de novo, e de novo. Mais uma vez.

Cause it's to cold for you here.

De pé e ereta, nessa chuva torrencial, que bate de frente ao teu medo sem fim de tanta coisa. Teu medo de falar e ser ouvida, de não dizer nada e ser esquecida. Tu tem medos tão descabidos que um colo te faria bem hoje, amanhã, talvez sempre um colo fosse teu sossêgo. E tu espera tantos colos de tantas pessoas, e tu vai seguir na espera. Porque as pessoas, menina, as pessoas só pedem e pedem e tu dá. Tu te esvazia pra preencher as outras almas e fica assim, oca. Tu oferece mais do que pode e sufoca teus sentimentos num canto escuro. Tua vida, menina, tá passando, e vai passar e quando tu viu, já passou. Vai te amar, guria. Ama mais do que os outros, os teus próprios defeitos. Porque tu sabe que tu é assim, e tu sente porque tu é assim. Respira mais fundo, mais vezes. E não deixa de doar, mas não permite te perder. Quando tu lembrar de esquecer tudo vai ficar melhor. E dá teu colo, mas não esquece de pedir uns também.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

07-06-2014

     Fiquei presa num hiato de sentimentos. Foi só ouvir tua voz e algo dentro de mim despertou. Tenho a impressão de que voltei pra época em que a inocência tomava conta e tudo era possível, nem parece que vivi a escuridão e descobri a dor da realidade. O teu jeito meigo, mas firme de falar. A maneira que a tua voz ecoa e se expande. O jeito que a tua mão encaixa na minha e a forma como a minha cabeça se conforta no teu ombro. Tem tanta coisa dizendo que sim, mas sim nunca foi a coisa mais importante no final das contas. É como se cada pedaço teu pudesse tocar em mim, e é como se a nossa ligação fosse maior do que se possa sentir. Meu medo é a tua falta de visão e a forma como as coisas possam acontecer. Tu tá num mundo diferente do meu e nossos caminhos, mesmo cruzados, estão tomando caminhos diferentes. Quero poder te mostrar que tenho tudo aquilo que tu precisa e quer, mas não posso, tu deve enxergar sozinha. Observo de longe coisas que não quero ver, dói perceber que, mais uma vez, não sou o suficiente. Mas acostumei, não por querer, por obrigação. E escolho dessa vez me manter quieta, pro meu bem, pro teu bem e pro bem daquilo de bom que existe entre nós. Te encontrei mais de uma vez na vida e não foi por acaso que chegamos até onde estamos, mas daqui pra frente não vai ser como eu quero, vai ser como tu achar melhor. E eu vou seguir vivendo, porque se antes segui em frente, não vai ser agora que vou voltar pra trás. Que algo maior possa te levar pro melhor caminho, e que esse caminho te faça feliz. Eu tô aqui, sempre vou estar, talvez seja o meu maior erro, ou a melhor coisa que eu possa fazer no momento.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

29-05-2014

     Tem dias que é melhor não falar nada e deixar as coisas acontecerem. Forçar situações só deixa a vida pesada, sem sentido. As coisas acontecem sozinhas e isso ninguém pode mudar. Um dia de cada vez, um passo calmo atrás do outro.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

28-05-2014

     Todo dia tenho uma sensação diferente, talvez melhor que ontem, pior que amanhã. Descobrir o que se sente ao certo é um dos maiores mistérios e desafios que existe. Hoje acordei com saudade tua e não pude fazer nada, não tem nada a ser feito. Vai ver tenho uma saudade de coisas que nem existem, que projetei numa imaginação pra lá de fértil. Vai ver tive motivos pra isso e agora esses motivos não existem mais. Todo dia tenho uma sensação de que as coisas não são recíprocas, então no exato momento que vou ter certeza algo me confunde de novo. Não tenho o direito, espaço ou liberdade pra fazer certas perguntas e não sei se quero ouvir certas respostas, então fica tudo assim, meio nublado e pra outra hora. Deixa pra depois e, quando for a hora certa, e a hora certa vai aparecer um dia, tudo vai estar mais claro. Aqui, hoje, agora, eu só sinto saudade e uma ponta de algo que ainda não tem nome, e que nem quero nomear. Nesse exato momento eu só sei que tô me permitindo, e se permitir é lei num mundo como esse, em que tudo precisa ser rotulado, nomeado e sacrificado.

terça-feira, 27 de maio de 2014

27-05-2014

     Tem vezes que a nossa melhor companhia somos nós mesmos, talvez porque os outros não vão entender aquilo que queremos e/ou por que queremos, talvez porque não temos paciência pra estar perto de mais ninguém. Hoje foi um dia desses. Hoje foi um dia que o pensamento foi longe e demorou pra voltar, nem sei se voltou ainda. Tô lá longe tentando me entender e até agora pouca coisa fez sentido. Tô tentando te entender e tudo tá fazendo menos sentido ainda.
Me policio pra não fazer coisas que já fiz e agora ser diferente, contigo, comigo, com os outros. Me policio mesmo sabendo que a vida é uma só e que “temos tão pouco tempo”. Por que me policio se a minha vontade real não é essa? Vai ver são aqueles traumas antigos batendo na porta e colocando os meus pés no chão. Porque por melhor, mais diferente e extremamente especial que as coisas sejam, esse ainda é o mundo real, todos nós ainda somos pessoais reais e erros existem. Cometemos erros a cada segundo, mas eu não quero ser a culpada de cometer mais um erro na tua vida, ou na minha vida. Porque na minha bagagem de culpa eu já carrego coisa demais e falta espaço, tá faltando espaço pra coisas melhores, por isso tô me perdoando e deixando coisas pra trás. Quem sabe daqui um tempo, quando mais erros acontecerem, o fardo não fique tão pesado e caiba espaço pra um “nós” no meio disso tudo? Eu quero, mas e tu? Tu quer? Tu realmente quer? Ou eu quero tanto que quero por mim e por ti? Aí só mais erros vão dizer e o tempo vai ajudar a entender.

26-05-2014

     Tô num dia daqueles que nada tá bom, sabe? Aqueles dias cinzas, sem graça. Aqueles dias que tudo resolve dar errado sem razão, e quanto mais as coisas dão errado, mais eu percebo a importância do que é bom. E foi hoje que a ficha caiu: tu me faz realmente bem. Foi hoje que, com o rosto todo cheio de lágrima, tu me fez sorrir, e agora? Não quero me perder num único sorriso pra depois me encontrar em lágrimas de novo, porque esse é o caminho mais fácil e rápido que eu já conheci. Tento fingir ser menos do que é e ignorar certas verdades, mas tá ficando cada vez mais difícil evitar. E tenho a impressão de te afastar por conta disso, mas não vai pra muito longe, porque eu não sei se tenho condições de ir atrás pra te puxar pra perto de novo. Porque toda vez que te vejo mais perto de alguém me dá coisas, e coisas não muito boas, acho que se chama ciúmes, não sei ao certo. Acho que se chama gostar, também não sei ao certo. Ainda estou naquele período de reaprender a entender o sentido das coisas e entender como se sentir as coisas. Porque o meu escudo de proteção tá cada vez mais vulnerável. Não me coloca no chão, não me pega pela mão se não for pra me levar pra longe daqui.

25-05-2014

    Já fui de falar mais, amar mais e até ser mais, mas parei. Parei porque cansa e uma hora o nosso todo pede uma pausa. Fui daquelas que dava mais do que podia oferecer e tirava forças de algo maior pra que tudo fizesse sentido. Fui daquelas que chorou quando o fim chegou e se despedaçou por não acreditar que era verdade. E cansou, tudo isso doeu.
E uma hora, mais do que uma pausa, o todo pede pra parar, pra que tudo isso pare. Que o amor próprio prevaleça, porque nenhum amor no mundo pode e deve ser maior do que esse. Nesse instante se ergue uma barreira entre o que há aqui e o que está ao redor. E quem é capaz de quebrar essa barreira? E quem é capaz de dizer que isso tudo tem uma razão?
Até que em algum momento, da forma mais inusitada possível, algo acontece. E esse algo é forte, intenso e incontrolável. Mas e antes? E tudo aquilo que passou? Onde fica? Perguntas sem respostas. Não existe explicação pra algo que se sente, muito menos controle.  A única força capaz de mudar ou manter algo no lugar é o medo, e ele que rege o todo. Dia após o outro o medo vai se acumulando com “E se?”. Nada na vida é certo ao ponto de podermos fechar os olhos e dar um passo a frente, podemos seguir caminhando sem maiores problemas ou tropeçar de cara no chão. Podemos flutuar ou rolar precipício abaixo. Quem pode saber? De passo em passo, de olhos abertos, e com medo, as coisas tem se guiado e seguem acontecendo. Ansiedade, esse é o ponto. O que se faz com a ansiedade e a vontade, incontrolável, de estar cada vez mais perto? E o medo de assustar? E o medo de não ser bem isso? E o medo de estar entendendo tudo errado? E esse medo de uma hora não sentir mais medo? Abrir a boca e falar, essa é a resposta, mas e o medo? Perguntas sem respostas, expectativas com coisas inexistentes. Que por um momento tudo fosse mais claro, e fácil, e sem medo.