sexta-feira, 30 de maio de 2014

29-05-2014

     Tem dias que é melhor não falar nada e deixar as coisas acontecerem. Forçar situações só deixa a vida pesada, sem sentido. As coisas acontecem sozinhas e isso ninguém pode mudar. Um dia de cada vez, um passo calmo atrás do outro.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

28-05-2014

     Todo dia tenho uma sensação diferente, talvez melhor que ontem, pior que amanhã. Descobrir o que se sente ao certo é um dos maiores mistérios e desafios que existe. Hoje acordei com saudade tua e não pude fazer nada, não tem nada a ser feito. Vai ver tenho uma saudade de coisas que nem existem, que projetei numa imaginação pra lá de fértil. Vai ver tive motivos pra isso e agora esses motivos não existem mais. Todo dia tenho uma sensação de que as coisas não são recíprocas, então no exato momento que vou ter certeza algo me confunde de novo. Não tenho o direito, espaço ou liberdade pra fazer certas perguntas e não sei se quero ouvir certas respostas, então fica tudo assim, meio nublado e pra outra hora. Deixa pra depois e, quando for a hora certa, e a hora certa vai aparecer um dia, tudo vai estar mais claro. Aqui, hoje, agora, eu só sinto saudade e uma ponta de algo que ainda não tem nome, e que nem quero nomear. Nesse exato momento eu só sei que tô me permitindo, e se permitir é lei num mundo como esse, em que tudo precisa ser rotulado, nomeado e sacrificado.

terça-feira, 27 de maio de 2014

27-05-2014

     Tem vezes que a nossa melhor companhia somos nós mesmos, talvez porque os outros não vão entender aquilo que queremos e/ou por que queremos, talvez porque não temos paciência pra estar perto de mais ninguém. Hoje foi um dia desses. Hoje foi um dia que o pensamento foi longe e demorou pra voltar, nem sei se voltou ainda. Tô lá longe tentando me entender e até agora pouca coisa fez sentido. Tô tentando te entender e tudo tá fazendo menos sentido ainda.
Me policio pra não fazer coisas que já fiz e agora ser diferente, contigo, comigo, com os outros. Me policio mesmo sabendo que a vida é uma só e que “temos tão pouco tempo”. Por que me policio se a minha vontade real não é essa? Vai ver são aqueles traumas antigos batendo na porta e colocando os meus pés no chão. Porque por melhor, mais diferente e extremamente especial que as coisas sejam, esse ainda é o mundo real, todos nós ainda somos pessoais reais e erros existem. Cometemos erros a cada segundo, mas eu não quero ser a culpada de cometer mais um erro na tua vida, ou na minha vida. Porque na minha bagagem de culpa eu já carrego coisa demais e falta espaço, tá faltando espaço pra coisas melhores, por isso tô me perdoando e deixando coisas pra trás. Quem sabe daqui um tempo, quando mais erros acontecerem, o fardo não fique tão pesado e caiba espaço pra um “nós” no meio disso tudo? Eu quero, mas e tu? Tu quer? Tu realmente quer? Ou eu quero tanto que quero por mim e por ti? Aí só mais erros vão dizer e o tempo vai ajudar a entender.

26-05-2014

     Tô num dia daqueles que nada tá bom, sabe? Aqueles dias cinzas, sem graça. Aqueles dias que tudo resolve dar errado sem razão, e quanto mais as coisas dão errado, mais eu percebo a importância do que é bom. E foi hoje que a ficha caiu: tu me faz realmente bem. Foi hoje que, com o rosto todo cheio de lágrima, tu me fez sorrir, e agora? Não quero me perder num único sorriso pra depois me encontrar em lágrimas de novo, porque esse é o caminho mais fácil e rápido que eu já conheci. Tento fingir ser menos do que é e ignorar certas verdades, mas tá ficando cada vez mais difícil evitar. E tenho a impressão de te afastar por conta disso, mas não vai pra muito longe, porque eu não sei se tenho condições de ir atrás pra te puxar pra perto de novo. Porque toda vez que te vejo mais perto de alguém me dá coisas, e coisas não muito boas, acho que se chama ciúmes, não sei ao certo. Acho que se chama gostar, também não sei ao certo. Ainda estou naquele período de reaprender a entender o sentido das coisas e entender como se sentir as coisas. Porque o meu escudo de proteção tá cada vez mais vulnerável. Não me coloca no chão, não me pega pela mão se não for pra me levar pra longe daqui.

25-05-2014

    Já fui de falar mais, amar mais e até ser mais, mas parei. Parei porque cansa e uma hora o nosso todo pede uma pausa. Fui daquelas que dava mais do que podia oferecer e tirava forças de algo maior pra que tudo fizesse sentido. Fui daquelas que chorou quando o fim chegou e se despedaçou por não acreditar que era verdade. E cansou, tudo isso doeu.
E uma hora, mais do que uma pausa, o todo pede pra parar, pra que tudo isso pare. Que o amor próprio prevaleça, porque nenhum amor no mundo pode e deve ser maior do que esse. Nesse instante se ergue uma barreira entre o que há aqui e o que está ao redor. E quem é capaz de quebrar essa barreira? E quem é capaz de dizer que isso tudo tem uma razão?
Até que em algum momento, da forma mais inusitada possível, algo acontece. E esse algo é forte, intenso e incontrolável. Mas e antes? E tudo aquilo que passou? Onde fica? Perguntas sem respostas. Não existe explicação pra algo que se sente, muito menos controle.  A única força capaz de mudar ou manter algo no lugar é o medo, e ele que rege o todo. Dia após o outro o medo vai se acumulando com “E se?”. Nada na vida é certo ao ponto de podermos fechar os olhos e dar um passo a frente, podemos seguir caminhando sem maiores problemas ou tropeçar de cara no chão. Podemos flutuar ou rolar precipício abaixo. Quem pode saber? De passo em passo, de olhos abertos, e com medo, as coisas tem se guiado e seguem acontecendo. Ansiedade, esse é o ponto. O que se faz com a ansiedade e a vontade, incontrolável, de estar cada vez mais perto? E o medo de assustar? E o medo de não ser bem isso? E o medo de estar entendendo tudo errado? E esse medo de uma hora não sentir mais medo? Abrir a boca e falar, essa é a resposta, mas e o medo? Perguntas sem respostas, expectativas com coisas inexistentes. Que por um momento tudo fosse mais claro, e fácil, e sem medo.